O calibre .38 SPL apesar da adoção da pistolas no momento continua sendo um calibre muito popular no Brasil, sendo, um excelente revólver para todas as situações, ou seja, desde a prática desportiva até para a defesa pessoal, sendo uma arma muito versátil, possuindo diversos modelos e comprimentos de canos.
No tocante a recarga, deve-se observar que o propelente utilizado na munição oriunda de fábrica não é o mesmo para a recarga, basta desmontar uma munição original para constatar a diferença.
Da muitas vezes que frequentei o stand com uso da minha munição recarregada com propelente 216 e 219, ambos da CBC verifiquei na bancada uma enorme quantidade do propelente não queimado e ficava intrigado e pensando que poderia ser excesso de carga ineficiência ou má qualidade do ignitor "espoleta" , principalmente com o uso da pólvora 216 que tem o tempo de queima mais rápido 0,32 milisegundos.
Estudando o assunto e analisando as características do estojo, munição montada e propelente, evidenciei uma nota fundamental que promovia a não queima do propelente integralmente e que gerava perda de energia termodinâmica e por consequência imprecisão partir de determinada distância.
Em mais uma das sessões de recarga de arma curta "revólver" e longa "espingarda" lembrei da grande quantidade de pólvora sobre a bancada e fiquei analisando as munições dos dois tipos de armas, onde a diferença predominante sobre a questão estava apenas em uma ser raiada e outra de alma lisa, porém, o propelente do .38 SPL ficava solto dentro o estojo e no cartucho era concentrado no fundo do cartucho de forma uniforme pela bucha, fato que ocorria nesse último e que não acarretava qualquer intercorrência quando da queima no momento do disparo.
Dessa forma, a recarga do .38 SPL foi realizada inicialmente adicionando-se ao conjunto um pequena tampa de papelão para manter o propelente concentrado no fundo do estojo a impedir sua dispersão no espaço vazio do estojo e em seguida um chumaço de poly fill para retardar a dispersão durante a queima. Por se tratar de uma arma raiada a carga padrão de 3,9 grains de 216 foi reduzida em 10% para os primeiros tiros testes progredindo para as demais até atingir a carga padrão novamente e chegando até a carga de 4,2 grains de 216 CBC, evidenciando, que o fechamento foi realizado com crimp leve a evitar possível pico de pressão.
Superada a questão de eventual pico de pressão ou qualquer intercorrência, foi substituído a tampa de papelão e o poly fill por uma bucha de EVA cortada no diâmetro de um estojo .40.
O aumento do diâmetro da bucha de EVA tem por finalidade proporcionar uma vedação do cano e para proteger a base do marcador a evitar possível chumbamento pelo aumento da força termodinâmica gerada pela queima do propelente, principalmente entre o tambor e o cone de forçamento da arma.
A fixação da bucha de EVA dentro do estojo deve ser realizada sem que a mesma seja prensada, bastando que encoste na pólvora e que fique espaço suficiente para que o marcador seja assentado no espaço restante, lembrando que a finalidade da bucha é manter acondicionada de forma uniforme a pólvora junto ao fundo do estojo e proporcionar um time para que ocorra a queima de forma uniforme e total.
continua ....
Utilizando o poly fill