Recarga

Coquilhas, Viroladores, Retíficas e Martelos de Inércia.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Tampa Retentora da Carga de Chumbo Esférico e para Personalização

A tampa retentora é feita com ferramenta de corte de fabricação própria para corte padronizado do diâmetro 19 mm ou 18,5 mm para cartuchos que terão a boca comprimida para serem usados em espingarda pump e semi-auto, sendo, utilizado para fabrico das tampas plástico maleável reciclável. 








Cartucho demostração com a boca comprimida - Ferramenta compressor - A grau de compressão fica a cargo de quem faz o acabamento da recarga.


Questões Técnicas Sobre Buchas

A matéria é meio extensa e serão abordados várias questões elucidativas especialmente o corte da peteca.  


                                                                   

                                                                  Tipos de Buchas


Hoje há uma variedade de tipos de buchas plásticas no mercado para atender a diversos tipos de projéteis para arma longa de alma lisa, sem dizer, nas buchas caseiras que podem ser feitas utilizadas especialmente em cartucho de metal.

A CBC fabricava o cartucho cruzeiro de papelão que utilizava bucha de feltro ou prensada  eram constituídas de uma mistura de vermiculita, serragem e parafina e sua altura era em média igual a 14 mm (quatorze milímetros). Esse tipo de cartucho possuia a bucha prensada usando um disco de papelão sobre a pólvora e debaixo da bucha, outro disco entre a bucha e os chumbos e o terceiro disco sobre os chumbos, servindo como tampa superior do cartucho. No disco de papelão na boca para reter a carga de chumbo costumava-se gravar o número dos chumbos contidos no cartucho, o qual tira fechamento orlado.  Obs.: Atirei muito com uma 32, esse cartucho de papelão inchava e dava um trabalho enorme para tirar da câmara.

Foto Ilustrativa








Atualmente, na maioria dos cartuchos para espingarda são usadas buchas plásticas (pneumáticas), inclusive, na recarga.

A empresa de plásticos resende é a principal fabricante de buchas no mercado brasileiro que tenho conhecimento e que atender a classe de atiradores e caçadores com uma linha variada de buchas, conforme se vê pela foto a seguir:




As buchas plásticas pneumáticas na sua maioria tem a forma de uma taça, na qual a base tem um diâmetro levemente superior ao do corpo, o que dificulta a passagem dos gases oriundos da combusto da pólvora vendando o cano.

A parte superior ou corpo a chamada "peteca" dentro da qual são colocados os chumbos ou balote, tem a forma de um cilindro, com a parede fendilhada longitudinalmente em palhetas, assim, no momento do tiro essas palhetas devido a pressão gerada de lançamento em contato com a pressão do ar se abrem funcionando como um coadjuvante na vedação do cano, sem dizer,  que  a bucha mantém por mais tempo os chumbos agrupados que depois de certa distância da boca do cano por pressão do ar as abas da peteca se abrem ocasionando a queda da bucha e a dispersão dos chumbos.


Com o uso das modernas buchas pneumáticas a carga de esferas de chumbo se mantem por mais tempo juntas durante a trajetória eté o alvo e mesmo após o desprendimento da bucha a coluna de chumbo se mantem retilínea, visto, que a bucha não está mais empurrando os bagos permitindo o maior agrupamento da rosada.  

Como se observa pela foto abaixo foi utilizada uma bucha sem peteca, assim, a carga de esferas de chumbo se dispersam mais rapidamente ao sair pela boca do cano, diminuindo o agrupamento conforme o aumento da distância do alvo.


continua ....


domingo, 21 de junho de 2015

Outros Fatores que Causam Chumbamento

Existem vários fatores que causam o famigerado chumbamento junto ao cone de forçamento e raiamento e não se pode confundir chumbamento com resíduos finos de chumbo que ficam depositados no cano e que saem com uma boa limpeza costumeira.

A maior parte dos atiradores tem o costume de associar o chumbamento com a pouca dureza do projétil "macies", porém, isso é um total equivoco, pois, marcador com dureza brinell incompatível com a pressão empregada não sofrerá a deformação plástica necessária. Sem dizer, em excesso de carga ou pouca carga, aceleração, falta de lubrificante, etc.

Mas, nesse tópico será abordada a questão da arma que produz o chumbamento em especial o tambor com câmara e garganta mal dimensionadas, fator que afeta diretamente o projétil, pois, uma garganta com diâmetro menor do que diâmetro do projétil quando do disparo vai subdimensionar para menor o projétil deixando-o fora do calibre correto fazendo com que não ocorra o selamento do cano. Fato que provocara a perda dos gases produzidos pela queima do propelente ocasionando o derretimento das bordas da base do marcador que causará as incrustações indesejadas.

Voltando a questão da garganta da câmara do tambor, essa uma vez com medida acima da calibração do projétil como por exemplo .38 = 358', lembrando que a aceleração máxima ocorre na ponta do cano e a pressão máxima na câmara junto ao cone de forçamento. Assim, uma folga exagerada acima do padrão de 0,002 de polegada acima da medida do sulco do raiamento vai permitir o vazamento dos gases com diminuição da pressão, debilitando a deformação plástica necessária no projétil para perfeito selamento do raiamento, sem dizer do derretimento da liga acarretando o depósito de chumbo junto ao cone de forçamento nesse caso específico conforme se visualiza no esquema abaixo:    



Continua ....

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Otimizando a Queima do Propelente no Calibre .38 SPL

O calibre .38 SPL apesar da adoção da pistolas no momento continua sendo um calibre muito popular no Brasil, sendo, um excelente revólver para todas as situações, ou seja, desde a prática desportiva até para a defesa pessoal, sendo uma arma muito versátil, possuindo diversos modelos e comprimentos de canos.  

No tocante a recarga, deve-se observar que o propelente utilizado na munição oriunda de fábrica não é o mesmo para a recarga, basta desmontar uma munição original para constatar a diferença.

Da muitas vezes que frequentei o stand com uso da minha munição recarregada com propelente 216 e 219, ambos da CBC verifiquei na bancada uma enorme quantidade do propelente não queimado e ficava intrigado e pensando que poderia ser excesso de carga ineficiência ou má qualidade do ignitor "espoleta" , principalmente com o uso da pólvora 216 que tem o tempo de queima mais rápido 0,32 milisegundos.

Estudando o assunto e analisando as características do estojo, munição montada e propelente, evidenciei uma nota fundamental que promovia a não queima do propelente integralmente e que gerava perda de energia termodinâmica e por consequência imprecisão partir de determinada distância.

Vejamos o esquema abaixo:   

   Click na Foto para Ampliar 

Em mais uma das sessões de recarga de arma curta "revólver" e longa "espingarda" lembrei da grande quantidade de pólvora sobre a bancada e fiquei analisando as munições dos dois tipos de armas, onde a diferença predominante sobre a questão estava apenas em uma ser raiada e outra de alma lisa, porém, o propelente do .38 SPL ficava solto dentro o estojo e no cartucho era concentrado no fundo do cartucho de forma uniforme pela bucha, fato que ocorria nesse último e que não acarretava qualquer intercorrência quando da queima no momento do disparo.

Dessa forma, a recarga do .38 SPL foi realizada inicialmente adicionando-se ao conjunto um pequena tampa de papelão para manter o propelente concentrado no fundo do estojo a impedir sua dispersão no espaço vazio do estojo e em seguida um chumaço de poly fill para retardar a dispersão durante a queima. Por se tratar de uma arma raiada a carga padrão de 3,9 grains de 216 foi reduzida em 10% para os primeiros tiros testes progredindo para as demais até atingir a carga padrão novamente e chegando até a carga de 4,2 grains de 216 CBC, evidenciando, que o fechamento foi realizado com crimp leve a evitar possível pico de pressão.



Os testes da recarga com a utilização da técnica supra aludida restaram frutíferos, ocasionando a queima total do propelente e melhora da precisão em distâncias mais longas.

Superada a questão de eventual pico de pressão ou qualquer intercorrência, foi substituído a tampa de papelão e o poly fill por uma bucha de EVA cortada no diâmetro de um estojo .40.


         
O aumento do diâmetro da bucha de EVA tem por finalidade proporcionar uma vedação do cano e para proteger a base do marcador a evitar possível chumbamento pelo aumento da força termodinâmica gerada pela queima do propelente, principalmente entre o tambor e o cone de forçamento da arma.



A fixação da bucha de EVA dentro do estojo deve ser realizada sem que a mesma seja prensada, bastando que encoste na pólvora e que fique espaço suficiente para que o marcador seja assentado no espaço restante, lembrando que a finalidade da bucha é manter acondicionada de forma uniforme a pólvora junto ao fundo do estojo e proporcionar um time para que ocorra a queima de forma uniforme e total.




           continua ....

Utilizando o poly fill




  

terça-feira, 14 de abril de 2015

Fechamento Estrela

Ferramentas para Fechamento Estrela de Cartuchos Usados - Dispensa o uso do Vincador. 

Os dois primeiros procedimentos podem ser feitos com a furadeira em rotação para melhor acabamento.



domingo, 5 de abril de 2015

As Causas e Efeitos do Desgaste do Cano da Arma “Erosão”


O desgaste da parte interna do cano da arma “campos e estrias” durante a queima é chamado de erosão. A primeira idéia provavelmente que provoca a erosão que vem a cabeça seria a causa da fricção da banda rotativa contra o cano a medida que o projétil se desloca através do raiamento da arma, mas, surpreendentemente isto não é o caso propriamente dito, principalmente com o uso de projéteis de chumbo.

Vejamos algumas das causas de erosão: (1) a superfície do cano se torna intensamente aquecida durante a queima do propelente e os gases quentes que aceleram o projétil aquecem os metais e o deslocamento limpa a superfície funcionando como uma lã ou esponja de aço; (2) o rápido aquecimento e arrefecimento do cano durante e entre as rodadas de tiros tende a enfraquecer o metal desenvolvendo pequenas fissuras superficiais; (3) Os gases quentes que escapa em torno da banda de rotação do projétil durante a queima funciona como jactos de alta velocidade, causando a lavagem e corte da superfície do cano, ou seja, o famigerado não selamento.

A erosão “desgaste ou abrasão” do cano da arma ocorre principalmente na origem da estrias “início” depois do cone de forçamento, ou seja, o ponto no furo da arma perto da culatra, onde começa estrias. Em armas de alma lisa o atrito do projétil é reduzido,visto,  que a velocidade inicial é diminuída.

A erosão também faz com que os topos dos campos do cano raiado se desgastem mais rápido do que o fundo das estrias, o que aumenta a quantidade de escape de gás passando pela banda rotativa para frente do projétil. Isso reduz ainda mais a pressão por trás do projétil e, assim, diminui a velocidade na boca do cano.

sábado, 4 de abril de 2015

O que significa GA marcado após o número.

12 GA - O que de fato significa esse tal GA depois do número????

O calibre de uma arma de fogo é uma unidade de medida utilizada para expressar o diâmetro do tambor e não do projétil. Calibre é comumente usado hoje em referência a espingardas. Calibre é abreviado "ga"., "Ga", ou "G". Espingardas não foram originalmente destinados a disparar projéteis sólidos, mas sim uma massa compressível de tiro, o diâmetro real do cano pode variar.

A câmara da arma é maior, para acomodar a espessura das paredes shotshell, e um "cone de forçamento" em frente da câmara reduz o diâmetro, até ao diâmetro do cano "alma". O cone de forçamento pode ser tão curto como uma fração de uma polegada, ou quatro centímetros em algumas armas. No final boca do cano, o estrangulador pode contrair ainda mais o cano, de modo que a medição do diâmetro do cano de uma espingarda não é um processo simples, uma vez que tem de ser feito da distância de cada extremidade.

Canos de espingarda normalmente são "overbored" ou "backbored", o que significa que a maior parte do cano (a partir do cone para forçar o estrangulamento) é ligeiramente maior devido as brocas usadas e desgastes na hora do usinamento. A redução de recuo é maior devido ao cano produzir uma aceleração mais lenta do tiro, e as melhorias de padronização devem-se ao diâmetro maior até a boca para constrição de estrangulamento, o que resulta em menos deformação do projétil, alinhamento do balote com objetivo de evitar o desvio tiro.

Agora vem a explicação do GA.

12 gauge ou calibre 12 é a medida usada para expressar a medida interna do cano. Converteu-se uma libra (453,6 g) de chumbo puro em 12 esferas de iguais peso e diâmetro. Se uma dessas esferas se encaixava perfeitamente num determinado cano, o calibre deste era "12". Estas esferas tinham 0,730 polegada de diâmetro, ou seja, 18,5 mm. De igual peso de chumbo (1 libra), foram feitas 16 esferas e chegou-se ao calibre 16, assim procedendo-se com os demais calibres, com exceção do 36, pois, segundo esse critério, seria o calibre 67. O calibre 36 corresponde, na realidade, a 0,410 polegada, ou seja, 10,414 mm.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Lubrificando os Projéteis

Depois de fabricada a cera adequada para a pressão que será empregada no calibre a ser utilizado, procede-se a lubrificação dos projéteis utilizando um lub-sizer, o qual calibra e ao mesmo tempo passa a cera lubrificante em bastão de venda comercial ou fabricada pelo próprio handloader, porém, esse equipamento tem custo elevado e para cada calibre a ser lubrificado/calibrado as peças internas devem ser trocadas.


Para facilitar a vida do atirador/handloader iniciante ou para quem não participa de competições ou frequenta o stand por diversas vezes ao mês, pode-se calibrar todos os projéteis e depois lubrica-los ou vice-versa de maneira bem simples e prática conforme segue:

Podendo, fabrique um espaçador em madeira, este facilitará a disposição e alinhamento de vários projéteis de uma só vez dentro da bandeja onde cera será lançada. 



A quantidade de projéteis a serrem lubrificados ficará a gosto do atirador/handloader. Pode ser usada bandeja descartável, plástica, de silicone ou mesmo de alumínio.


Bandeja de Silicone

Dispostos os marcadores na bandeja e aquecida a cera lubrificante até que fique líquida, despeje a cera dentro da bandeja até que cubra totalmente o sulco lubrificante do projétil.





Caso queira que a cera esfrie mais rapidamente, coloque a bandeja que contém os projéteis dentro de outra bandeja maior com água.

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Resfriamento
  
Aguarde a cera esfriar. Com o resfriamento da cera haverá a mudança da cor e as bordas vão se soltando das beiradas da bandeja. O ideal é colocar a mão e verificar se os projéteis estão mornos, fato que facilita a retirada dos mesmos.




Com o esfriamento da placa de cera contendo os projéteis basta efetuar o desmolde da bandeja com cuidado para que não ocorra a quebra.



  
Desmoldada a placa de cera, passe a retirar os projéteis apertando-os com a ponta do dedo ou com o auxílio de um lápis ou coisa do gênero. É uma boa medida não retirar o projétil de uma só vez empurrando-o para o lado contrário, mas, sim, pressiona-lo até que se solve e movimentá- lo para cima e para baixo, isso ajuda a fixar e preencher o sulco lubrificante, dessa forma, não ficam falhas.     








Com o resfriamento, caso a placa antes de ser retirada da bandeja "desmoldada" apresente trincas é demonstração que a cera está dura demais e inapropriada para sua destinação.

Desmoldados todos os projéteis, caso não tenham sido calibrados, basta passa-los pelo calibrador e efetuar a limpeza do excesso de cera. Um fio de silicone depois da retirada do excesso de cera ajuda a evitar a oxidação "escurecimento" dos marcadores. 



A sobra da cera se coloca na panela para derreter e faça novo bloco para guardar.